
Brasil e Brasileiros!
O que significa ser brasileiro?
Existe, também, no Aikido Brasileiro!
Quem é o cidadão Zé da Silva?
Um ensaio. Por J.F. Dos Santos
Um texto para reflexão. Não pretende ser um tratado de sociologia.
Após muitos anos de administrar e lidar com pessoas em diversos lugares começo a ter o entendimento do que é ser brasileiro, quais os traços psicológicos médios característicos dos brasileiros, suas consequências.
Assim, este ensaio procura tocar em diversas abordagens feitas por diversos autores brasileiros que se dedicaram a este tema.
Oswald de Andrade(1890-1954), Darcy Ribeiro-1922-1997,(em Utopia Selvagem, com seus personagens Pitum, as freiras missionárias, Uxa, Tivi, e o índio Axi), Gilberto Freyre, Raymundo Faoro, Sergio Buarque de Holanda, Roberto DaMatta e outros, já discorreram sobre aspectos do povo brasileiro.
Em resumo, as análises deste tema se apresentam, quase sempre, em duas vertentes importantes:
A) A herança portuguesa do patriarcalismo e a do patrimonialismo, que dão subsídios para entender como funcionam as relações sociais e políticas do país de hoje, tais como o conchavo, nepotismo, o apadrinhamento, o jeitinho brasileiro (brazilian way), o “sou amigo de fulano”, a fusão do público e do privado, dentre outras coisas. e
B) A herança sob a ótica da Economia. O Brasil não foi concebido como uma colônia de povoamento, mas sim colônia de exploração. Por causa disso, os ciclos históricos são delimitados pelo que era oferecido para o exterior (madeira, ouro, cana, açúcar, café… as commodities). Esta abordagem pretende mostrar como o latifúndio-monocultura exportadora-escravagista moldou as relações de trabalho e de produção, a visão e o comportamento da elite e das classes populares.
Atenção, neste ensaio não se tratará da herança sob a ótica econômica ou nem entender o Brasil com teses marxistas ou de estruturalistas franceses, propõe-se abordar, focar no primeiro tópico com ênfase psico-sociológica.
Inicialmente, na formação do Brasil, surgem três vertentes raciais.
Primeira, ao chegar a Frota de Cabral, já existia aqui, uma gente simpática, desnuda, que almoçava os seus inimigos acompanhados de moças de cabelos pretos, compridos até as espáduas, que deixavam à mostra suas virtudes.
Das caravelas lusitanas saltaram um bando de gajos excitados que se lançaram a namorar, na falta de mulheres de sua raça, as gentis e caridosas moças nativas de virtudes expostas. Nasceram os primeiros mestiços brasileiros.
Pouca depois chegaram novas caravelas trazendo no porão uns pretinhos simpáticos, dóceis, acompanhados de moças pretinhas mui gentis, que logo chamaram atenção dos ditos gajos lusitanos bastante interessados, também, nas virtudes delas. Nascem os segundos mestiços brasileiros.
Imagine que estes mestiços cruzaram entre eles e surgiu este Brasil caboclo.
Esta é a principal mestiçagem ate a chegada dos emigrantes europeus não-lusitanos a partir do século XIX.
É verdade que as características que vão ser apontadas, por Gilberto Freyre, Euclides da Cunha, dentre outros, tendo como fundo social este caldeirão mestiço, diferem muito entre si, já que os critérios adotados e as populações observadas por estes autores foram diferentes no tempo e no espaço.
Em maio de 1983, coordenada por Jacob Bazarian, foi realizada pesquisa com cerca de 400 alunos das Faculdades de Direito, Administração e Comunicação Social da Fundação Karnig Bazarian de Itapetininga (SP) que consistia em identificar, na opinião dos alunos, traços característicos dos brasileiros (em geral e/ou por região geográfica).
Eis o quadro descrito por ele, acrescidos, por mim, de adendos de pesquisadores modernos.
Do homem da zona tropical
1-Preguicite aguda ou crônica.
“Ai, que preguiça!” — permanente queixa de Macunaíma — arquétipo do herói brasileiro, segundo Mário de Andrade.
Corolários: aversão ao trabalho e ao esforço em geral, apatia, ausência de iniciativa, desânimo, passividade, ociosidade, improdutividade, parasitismo, adepto da Lei do menor esforço (para sobreviver).
Os caboclos e sertanejos das zonas tropicais e rurais são, em geral, acomodados, folgados, sossegados, tranquilos, despreocupados com sua sobrevivência presente e futura.
Esta característica vai influenciar outras tipicidades nos comportamentos tupiniquins.
Vale consignar que o Brasil é um dos países que tem mais feriados, dias santos, pontos facultativos e fins de semana prolongados, sem falar das longas férias escolares e do singular recesso legislativo e judiciário.
1.1-Jogador.
O desejo de ganhar, sem fazer esforço, faz com que o brasileiro esteja à procura do enriquecimento fácil e rápido,. Por isso o gosto pelos jogos de azar, legalizados ou não: loterias, tele-sena, loteca, loto, “bicho” e outras modalidades de jogos que dependem do acaso, da sorte.
2-Dissipação.
O brasileiro não tem o hábito de poupar e economizar para os imprevistos do futuro. Numa terra incomensurável, gigante pela própria natureza, fecunda e dadivosa, sem invernos rigorosos e calamidades naturais (vulcões, terremotos, etc.) ou sociais (guerras, etc.) não haveria sentido em pensar em poupar, guardar.
O brasileiro não tem o hábito de poupar e economizar para os imprevistos do futuro.
Daí porque se dissipa o que se tem e se gasta o que ainda não se ganhou. Por isso, o gosto de comprar pelo sistema de crediários que tanto pululam pelo país.
“Compre agora. Pague depois de três meses em suaves prestações por 24 meses”.
Não é atoa que os bancos brasileiros são os mais lucrativos do mundo, fruto dos juros do crediário.
Casas Bahia, Ricardo Electro, Ponto Frio, Marisa, dentre outros são poderosos impérios das vendas a prazo.
O gosto pelas compras, a prazo, é característico da cultura nacional.
Para finalizar, examine-se a taxa interna de poupança. As famílias brasileiras poupam pouco, apenas 4,7% do PIB, em comparação com a Alemanha (25,9 do PIB), China (50% do PIB).
No caso do Brasil, muitas pessoas ainda confiam que conseguirão viver com suas aposentadorias, a despeito dos riscos relacionados a seu insanável déficit previdenciário e do fato de a Previdência ser, na realidade, generosa somente para poucos.
2.1- Imprevidência., dissipação. Síndrome do amanhã.
Pelas mesmas razões acima, não existe preocupação com o futuro, vive-se apenas o dia-a-dia, a filosofia do “aqui e agora”. Há dificuldade para planejar a longo ou mesmo em médio prazo, visando uma ação concreta. Segundo Capistrano de Abreu - “Somos incapazes de pensar em uma coisa oito dias antes de fazê-la”
Por exemplo: Parte dos estudantes (mesmo universitários) estuda na véspera dos exames e não com certa antecedência.
E na medida do possível preferem colar a pensar com sua própria cabeça.
Porque fazer hoje, o que pode ser feito amanhã?
3-Improvisação- Gambiarra.
Inimigo de elaborações lentas, dos planejamentos calculados, o brasileiro procura resultados imediatos com brilhantes improvisações, sem a monotonia dos longos e pacientes trabalhos.
Decerto, existe o lado positivo deste aspecto. Antes, era visto como malandragem. Com a modernização da gestão das empresas, passou a ser uma virtude, a flexibilidade, a capacidade de encontrar soluções fora dos manuais rígidos das empresas.
4-Irresponsabilidade. Leviandade. Falta de seriedade. Inconstância.
Já dizia José Bonifácio: “Empreende-se muito, acaba-se pouco”.
Daí a incompetência, ineficiência, displicência, falta de seriedade. “O Brasil não é um país sério” — frase atribuída ao General De Gaulle, ex-presidente da França.
Melhor ler o texto abaixo, “Muita iniciativa e pouca acabativa” de Luiz Marins, que aborda magistralmente este aspecto negativo nas empresas brasileiras. Veja também artigo magistral “Iniciativa e o poder da Acabativa” do Steven Kanitz,
5-Desapreço aos compromissos assumidos.
Não cumpre o que promete e adia os compromissos até o último momento, isto é, só faz as coisas forçado pelas pressões do tempo, multa ou outras sanções.
Falta de pontualidade, ou chega atrasado ou nem vem, sem dar nenhuma satisfação. Vive protelando para um amanhã que não tem fim.
Em vez de “Não deixe para amanhã o que puder fazer hoje”, diz e alardeia: “Não faça hoje o que puder fazer amanhã” — um amanhã que não tem fim.
6-Anárquico — individualista e amoral.
É um anarquismo mais moral do que político.
Os melhores símbolos são os anti- heróis aéticos Pitum (da Utopia Selvagem de Darcy Ribeiro) e Macunaíma — “o herói amoral sem nenhum caráter” (de acordo com seu autor Mário de Andrade), “sem lei nem grei, aventureiro e oportunista, indolente e covarde, malandro e otário, “herói” camaleônico e antropofágico, contra tudo e contra todos”.
No romance de Manuel Antônio de Almeida, “Memórias de um Sargento de Milícias”, o personagem principal, Leonardo, é um malandro aproveitador e mulherengo que sempre obtém o que quer, graças à sua manha, “flexibilidade” e astúcia. De fato, ele é a personificação desse costume cultural tão difundido entre nós, i.e., do molejo, do “jogo de cintura” e da esperteza individual.
Daí o amor do brasileiro à liberdade sem limites e sua resistência em se submeter a regras, mandamentos, convenções e compromissos.
O brasileiro é extremamente individualista, não tem hábito e aptidão para trabalhar em equipe.
7-Irreverência às autoridades de qualquer tipo. O pais da piada pronta.
Tendência a levar tudo na gozação.
Daí o rico anedotário em relação a todos, governantes e governados.
Atribuem ao historiador Capistrano de Abreu a seguinte proposição:
“A Constituição brasileira deveria se resumir a dois artigos apenas:
Art. 1 — Daqui por diante todos os brasileiros ficam obrigados a ter vergonha na cara.
Art. 2o — “Revogam-se as disposições em contrário”.
Roberto DaMatta, coloca muito bem esta questão ao dizer que no Brasil obedecer à lei é visto como uma babaquice, um sintoma de inferioridade.
8-Adaptabilidade.
Justamente por não estar preso a tradições e raízes, o brasileiro, fruto do caldeamento de vários grupos étnicos, tem enorme facilidade para se adaptar a novas situações e assimilar novos modos de ser, pensar e agir.
9-Desrespeito pela ordem legal
Fraco sentimento de civismo e patriotismo. Surge o famoso “dar um jeitinho”, “quebrar o galho”, isto é, contornar a rigidez da lei e dos regulamentos. Eis que surgem os casos de falsificação de documentos, de títulos, de diplomas, etc.
E o chamado “Sou amigo de Fulano” e o “Sabe com quem está falando?”
DaMatta diz que graças ao jeitinho (brazilian way), o brasileiro consegue levar a vida ganhando pouco dinheiro e respeito, graças a ele muitas obras de arte são produzidas, mas é também no jeitinho (brazilian way) que está a raiz da corrupção dos políticos. É o mensalão, é o “cinquentinha” para o guarda liberar na blitz.
Da Matta propõe o seguinte exemplo: diante de um agente do estado (o fiscal, o caixa, o policial, etc.) que impõe ao cidadão a dura frase: “Não pode!”, o brasileiro tenta evocar certa familiaridade com o agente do estado para obter certo privilégio e transpor o terrível “Não pode!”, eis o famoso “jeitinho” brasileiro (brazilian way).
Já o “você sabe com quem está falando?”, segundo Da Matta, seria uma versão extremada e corrompida do jeitinho (brazilian way), menos simpática, esta versão aparece quando o cidadão, por ter qualquer relação com alguma figura importante que goza de certo status social, seja prefeito, médico, advogado, político ou etc., se acha no direito de invocar esta sua intimidade ou familiaridade para transpor o “não pode!” e age com repressão contra a repressão, gerando sempre uma situação desconfortável.
Pode-se afirmar que isto é herança de uma sociedade aristocrática e patrimonialista.
DaMatta afirma que o jeitinho (brazilian way) é nosso desde as nossas bases, e usa como prova disso o trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Ao comunicar o descobrimento do Brasil ao Rei de Portugal, Pero Vaz, aproveitando-se de sua familiaridade com o Rei, inclui um pedido ao Rei que transfira seu genro da ilha de São Tomé. E Pero Vaz conclui, seguindo o nosso melhor figurino de malandragem: “Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro de Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha.”
Será que é preciso dizer, mas alguma coisa?”
10-Picaretagem. Malandragem.
Vigarice e, por isso mesmo, é o agente e a vítima do vigarismo.
Dai a corrupção generalizada em certos meios, que atinge até os altos escalões do governo.
11-Providencialismo. - Se Deus Quiser!
Salvação pelo acaso, pelo milagre.
Por isso o apelo às forças poderosas e ocultas através das diferentes seitas religiosas. Disso decorre o paternalismo — espera tudo dos governantes e poderosos.
Deus é brasileiro!
12-Misticismo. Religiosidade. Mentalidade mítica e mágica.
Daí, as crenças do brasileiro nas religiões fetichistas, animistas, sua freqüência nos terreiros de macumba e umbanda, nos centros de espiritismo, nas igrejas cristãs evangélicas, e a atração pela parapsicologia, ufologia, astrologia e ciências ocultas.
13-Ecletismo. Sincretismo, ecumenismo ideológico (político, filosófico, religioso, etc.)
Fusão de crenças religiosas e doutrinas filosóficas heterogêneas, disparatadas e até antagônicas. Daí seu espírito fragmentado, uma espécie de colcha de retalhos.
“Macunaíma era católico e espírita ao mesmo tempo, além de freqüentar macumba” (Mário de Andrade).
“Talvez Macunaíma pudesse ser chamado Caricatura do Brasil ou, pelo menos, de certo Brasil, aventureiro, oportunista e, por isso mesmo, adesista, bajulador...” (Paulo Prado).
Vale ressaltar sobre este ecletismo ideológico, o costume da chapa eleitoral para disputa presidencial ser, as vezes, composta com o presidente de um partido e o vice presidente de outro partido contrário. Pense nisto!
Tome-se o caso da simbiose da espiritualidade de alguns brasileiros, fusão (ou confusão?) entre Igreja e o “terreiro” (mesa branca, sessão, etc.) que vai levar a uma “religião” em que se acredita que os mortos vão para o Paraíso, e ao mesmo tempo acredita em reencarnação (Allan Kardec) ou animalismo, xamanismo.
É possível se cultuar dois deuses?
Porque será que isto acontece? Veja a resposta no corolário seguinte.
14-Pragmatismo amoral. Imediatismo, busca resultados imediatos.
Viceja a filosofia do “aqui e agora”. “Eu quero me dar bem”. Levar vantagem.
Cultuam-se dois deuses porque se espera que o pedido seja atendido por um ou por outro, ou pelos dois. Na verdade, o brasileiro é um cafetão espiritual, que almeja o “lucro” em qualquer situação futura.
O brasileiro – por mais medíocre que seja – gosta de tirar vantagem do outro, de ganhar cada vez mais dinheiro, com cada vez menos trabalho, de furar a fila, seja ela de banco, do supermercado ou do hospital, enfim, gosta de se intrometer na vida alheia e ainda receber agradecimento por sua “cordialidade” boçal e tacanha.
15-Cordialidade. Pacifismo, Bondade. Espírito de conciliação e tolerância. Dificuldade de dizer “Não pode!”, de dizer “Não”.
Convivência pacífica e amigável com outros grupos étnicos e até com adversários políticos. Inimigo de soluções violentas e sangrentas (talvez por preguiça). Daí porque nas mudanças, mesmo radicais, dos regimes políticos em nosso país predominam as soluções pacíficas de compromisso e conciliação, sem derramamento de sangue. Vale ressaltar a índole de anistiar, o esquecer do brasileiro. Ao ocorrer insubordinação, greves de guarnições de bombeiros, policial-militar, desordem nos quartéis, pouco depois alguém propõe projeto de lei para anistiar todos os revoltosos e insubordinados que participaram da revolta. É aprovado o projeto e os anistiados reembolsados financeiramente.
Então, muda-se a regra e tudo bem!
Cabe controvérsia.
O historiador Sérgio Buarque de Holanda reforçou o mito (grifei) da não violência quando explicou a boa índole própria do brasileiro, a teoria do “homem cordial”.
No entanto, salvo melhor juízo, a cordialidade não tem relação com a ideia de paz, e sim com o tratamento emocional. Por isso, nada impede que o “homem cordial” seja violento, haja vista, a violência existente nas cidades brasileiras, como o número de homicídios, as mortes no trânsito; curioso como a discussão decorrente de uma simples batida de carro deriva em assassinato e morte entre os envolvidos. Esta é uma singularidade peculiar ao brasileiro, a discussão que redunda em vias de fato.
Talvez, o Brasil não seja um país pacífico (grifei)!
16-Otimista.
Apesar de toda a miséria e ignorância em que vivem, os brasileiros são, em geral, otimistas, talvez porque sabem que nessa bendita terra só morre de fome quem quer. Sempre se pode dar um jeitinho para sobreviver.
17-Espírito dionisíaco, carnavalesco, festeiro. Paixão pela alegria e pelo prazer.
Daí as batucadas nas esquinas, as festas dançantes, os festivais de canções, os clubes de samba, o pagode, o samba de fundo de quintal e o melhor e mais “quente” carnaval do mundo.
Daí as duas paixões do brasileiro: o samba e o futebol — elevadas à categoria de verdadeiras instituições nacionais. Podemos dizer que o brasileiro joga o futebol com ritmo de samba. E vive também nesse ritmo.
Até parece que desde o descobrimento nada mudou. Já, em 1583, o padre José de Anchieta escrevia a respeito de nosso país: “É terra desleixada e remissa e algo melancólica, e por esta causa os escravos e os índios trabalham pouco, e os portugueses, quase nada, e tudo se leva em festas, convívios e cantares”.
18-Sentimentalismo. Predominância do sentimento e da paixão sobre a razão.
É mais fácil de ser persuadido pela emoção do que ser convencido pela razão, pelo argumento lógico e racional. Daí a incoerência, inconsequência e irracionalidade dos seus modos de ser, pensar, de sentir e de agir.
Este sentimento tem forte influência nas relações de trabalho, por esta ausência de racionalidade. Ausência de limite claro entre o profissional e o pessoal.
Como é difícil fazer avaliação de desempenho, isenta, no âmbito organizacional brasileiro!
Participar da festinha de aniversário da filhinha do chefe!
19-Sensualismo. Duplo sentido. Erotismo. Obsessão pelo sexo. Mulherengo. Vaidade.
Amor à ostentação, aos enfeites e ornamentos.
Os traços acima referidos, sobretudo os últimos, se refletem nas artes e literatura nacionais: Nas artes (teatro, cinema, televisão): o domínio da chanchada, pornochanchadas, palhaçada, humor burlesco, fácil e barato, a paródia, a farsa, graças vulgares de baixa qualidade, desprezando as elementares regras de verossimilhança e coerência lógica e psicológica.
Daí seu gosto pelas anedotas picantes, de fundo erótico, e sua preferência pelas pornochanchadas e pela pornografia.
O nível dos espetáculos cômicos é, em geral, de idade mental para crianças e adolescentes.
Exemplos: Faustão, Escolinha do Prof. Raimundo, Pânico na TV, Casseta & Planeta, Os Trapalhões, Dercy Gonçalves. Sensualidade. Erotismo.
É Importante ressaltar as recomendações constantes do Manual da Agência de Turismo Britânica com respeito ao recebimento dos turistas brasileiros nas Olimpíadas de julho de 2012, na Inglaterra.
“Diz o tal manual que os ingleses não devem se confundir com o modo com que as nossas compatriotas se vestem. Embora usem roupas sempre mais justas, curtas e provocantes que a maior parte das outras mulheres, não significa que sejam levianas. Elas são alegres, espontâneas e costumam cumprimentar com beijos, mas estas demonstrações não têm nenhuma conotação sexual”. É apenas um jeito informal e alegre de ser! Diz ainda que os brasileiros são espaçosos, chegam sempre atrasados, além de terem o hábito de interromper quando outra pessoa está falando.”
Confira
20-A dominância do juridiquês, da empolação, do gongorismo.
Na literatura e no ensaio- o domínio do formalismo, a literatice e o verbalismo vazio. Inteligência brilhante, mas superficial; exuberância de ímpetos, mas penúria de idéias e mensagens. Valorização do texto e não dá ideia. Dá-se mais importância ao escrever bonito, com elegância, do que ao conteúdo. Valorização do processo do que no objetivo.
Mais propenso aos textos líricos e místicos do que às ideias realistas e científicas.
No Brasil não se tem a tradição do romance filosófico, romance de ideias, de profundidade, de teses e mensagens. Enfim, falta de heróis e ideais. Segundo Oswaldo Aranha: “O Brasil é um deserto de homens e de ideias”.